segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sujeito

O menino (e por isso ainda se compondo não homem, procurando atributos que lhe qualificassem ao patamar maduro, atravessava suas primeiras sedimentações de personalidade. Começava seu gradual afunilamento de consciência para fazer-se autônomo, captando fragmentos de tudo que julgasse promover transposição. Eram mosaicos de construções mundanas que se adequavam a um tipo próprio de essência que supunha ter. Precisava que ela crescesse, aflorasse, que sua consciência se expandisse com estímulos que despertasse e desse acréscimo ao que era próprio de sua natureza. Agarrava-se a tais característica, irradiava, projetava-as não com tanto orgulho, mas principalmente à criação de identidade. Até que sem perceber começou a rejeitar tudo o que viria contra seu projeto de crescimento. Não lhe era claro o que era ou não propenso a si, mas sem muitos critérios de auto decisão, determinava-se de acordo às pequenas diretrizes que havia absorvido, uma mescla de inteligências que se adequavam a seu contexto. Na verdade, pensava que o mínimo de consciência possuída já lhe era suficiente, precisando apenas explorar submergindo. Mas as respostas que possuía talvez não fossem o bastante às perguntas nascentes de incursos horizontais. Procurou retrair-se, adequar-se a seu conforto, refazer as questões de acordo com as respostas já adquiridas. Chegou a hora em que seu espaço de vivência tornou-se muito mais amplo e fresco, rompendo a linha de condução que estava sob seu controle) caiu.

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