O menino (e por isso
ainda se compondo não homem, procurando atributos que lhe
qualificassem ao patamar maduro, atravessava suas primeiras
sedimentações de personalidade. Começava seu gradual afunilamento
de consciência para fazer-se autônomo, captando fragmentos de tudo
que julgasse promover transposição. Eram mosaicos de construções
mundanas que se adequavam a um tipo próprio de essência que
supunha ter. Precisava que ela crescesse, aflorasse, que sua
consciência se expandisse com estímulos que despertasse e desse
acréscimo ao que era próprio de sua natureza. Agarrava-se a tais
característica, irradiava, projetava-as não com tanto orgulho, mas
principalmente à criação de identidade. Até que sem perceber
começou a rejeitar tudo o que viria
contra seu projeto de crescimento. Não lhe era claro o que
era ou não propenso a si, mas sem muitos critérios de auto decisão,
determinava-se de acordo às pequenas diretrizes que havia absorvido,
uma mescla de inteligências que se adequavam a seu contexto. Na
verdade, pensava que o mínimo de consciência possuída já lhe era
suficiente, precisando apenas explorar submergindo. Mas as respostas
que possuía talvez não fossem o bastante às perguntas nascentes de
incursos horizontais. Procurou retrair-se, adequar-se a seu conforto,
refazer as questões de acordo com as respostas já adquiridas.
Chegou a hora em que seu espaço de vivência tornou-se muito mais
amplo e fresco, rompendo a linha de condução que estava sob seu
controle) caiu.
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