segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Estágio horizonte - Último grau

Desencanto. Teorias anuladas com experimentos. Evolução abortada. Planos ancestrais consumidos sem serem consumados.

Tivera-se opções: pesquisa-se – conjectura-se – escolhe-se – caminha-se – dificulta-se – amaldiçoa-se – invalida-se. Engano. Todos os passos em conjunto menores que o salto final.

Recomeço forçado. A força sobre si próprio para encarar o até então como nulo. Do zero ao zero: nova chance. Certo de que ter segurança, na verdade, é estar sempre disposto a recomeçar.

***

As sementes plantadas de hoje ainda não identificáveis. Semeia-se cego à relação entre agora e futuro – intátil busca eterna pela condução racional. Estágio só há no horizonte. O flagrante contato de solo em impulso à ascensão de infinito.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Estágio horizonte - VIIº

Ando sonhando com coisas simples. Uma kitinet no 5º andar, com quarto cozinha e banheiro, um gato e meu amor; trabalhando 6 horas por dia com qualquer coisa, de segunda a sexta-feira, perto de casa e indo de bicicleta; imerso em teatro livros discos vinho, cinema e kama sutra – e pelo menos um sol a cada quinzena, estrelas por semana e uma lua a cada mês com amigos de hora em hora. A maior ambição que consigo conceber seria uma casa no campo vivendo de subsistência.

Até isso, e para isso, só posso continuar captando os frágeis fragmentos deste mundo, obtendo a matéria bruta para ressignificá-la em signos paralelos. É ter em minha consciência o filtro que permita dar vazão a todos os impulsos mundanos que me atravessam. É participar da vida em pesquisação, entregando-se somente àquilo que nos mova sem contrapartida, com o interesse mesmo de ser capaz de nos mover.

Então chego ao ponto em que, sabendo o que me amplifica, participo entregue ao que me liberta: com toda a liberdade de escolher aquilo pelo qual se quer estar preso. É estar ativamente neste mundo, à parte dele.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Estágio horizonte – VIº

Tic-tac. O relógio e a pílula. Parar e analisá-los. Horas observando-os a fio. Penetrando o fundo de suas almas. Conhecendo o segredo de suas mais íntimas entranhas.

Descodificá-los. Realçá-los e cindi-los. Alcançar o self. Dar visão e vazão a cada essência. Desocultar o inacessível a eles mesmos.

Tac-tic. Revisá-los, revirá-los. Descobrir a propriedade ao avesso. Experimentar suas antimatérias. Emanar as próprias contradições.

Cada movimento observado. Todo o possível esclarecido. Compreendido o orgânico e o etéreo que permitem ser o que são.
 
Cit-cat cat-cit. Possibilidade em manipular. Mas não é de interesse apoderá-los. Deixe-os que sejam. Agora um novo experimento. Um novo paradigma. Enfim a síntese, a reação.
 
Se eram eles quem incidiam sobre mim, direcionar minha influência sobre eles. Ser como eu sou. Reverter as dependências. Saber como se posicionam perante minha autonomia.
 
Dentro de instantes.