Ando sonhando com
coisas simples. Uma kitinet no 5º andar, com quarto cozinha e
banheiro, um gato e meu amor; trabalhando 6 horas por dia com
qualquer coisa, de segunda a sexta-feira, perto de casa e indo de
bicicleta; imerso em teatro livros discos vinho, cinema e kama sutra
– e pelo menos um sol a cada quinzena, estrelas por semana e uma
lua a cada mês com amigos de hora em hora. A maior ambição que
consigo conceber seria uma casa no campo vivendo de subsistência.
Até isso, e para isso,
só posso continuar captando os frágeis fragmentos deste mundo,
obtendo a matéria bruta para ressignificá-la em signos paralelos. É
ter em minha consciência o filtro que permita dar vazão a todos os
impulsos mundanos que me atravessam. É participar da vida em
pesquisação, entregando-se somente àquilo que nos mova sem
contrapartida, com o interesse mesmo de ser capaz de nos mover.
Então chego ao ponto
em que, sabendo o que me amplifica, participo entregue ao que me
liberta: com toda a liberdade de escolher aquilo pelo qual se quer
estar preso. É estar ativamente neste mundo, à parte dele.
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