segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estágio horizonte – Vº

Então o caminho se fez presente. Uma linha. Uma linha torta. Uma linha torta e pedregosa. Uma linha torta e pedregosa e cheia de cumes e vales. Porém linha demarcada. Uma direção clara e única: sempre em frente.

Era a coisa mais maravilhosa que alguém poderia supor. Não importava o caminho. A glória era não possuir mais questões. O crucial era ter encontrado o exato sentido. Bastava trilhar, trilhar, e encaminhar todos os esforços para transpor os obstáculos.

É verdade que não havia um mapa dizendo aonde esse caminho ia dar exatamente... Mas isso já era exigir demais! Era o único percurso penetrável frente ao vazio de possibilidades, não podia desprezá-lo.

Entrou, passou, continuou, e uma hora começou a desconfiar. Trilhava um trajeto muito semelhante ao que havia vencido. A coincidência permanecia. Então não teve dúvidas da circularidade da rota.

Parou para refletir. Mais alguns passos ao início do processo e poderia escapar, tentar outro percurso. Só que seria desperdício demais. Se acostumou tanto ao caminho que as dificuldades já estavam previsíveis: não teria por que fugir.


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